Logo nos primeiros dias encontrei esse inã. Destoava dos outros por carregar em sua testa uma ferida.
Não quis ser invasiva ao demonstrar minha curiosidade sobre o que havia acontecido, pois em meio aos seus, vivia sem incômodo.
Os dias se passaram, até que me aproximei de seu rosto e notei que havia uma sutura com fio de nylon, mal cicatrizada.
Perguntei como ele havia feito aquele "curativo", e timidamente respondeu que foram os médicos da última missão.
Logo me dei conta, que a última equipe voluntária, havia passado ali há três meses, em média.
Perguntei se poderia remover aquele fio, e ele aceitou, sem medo algum. Geralmente são crianças muito valentes.
Enquanto o fazia, notei leve sangramento nas bordas e pus, sujeito a contaminação externa. Sentia dor em se queixar.
Meu segundo estigma rompido, relacionou-se à atuação do voluntariado. Notei que não basta ter boas intenções, é necessário ousar com sabedoria.
Aquele granuloma se iniciou por iatrogenia, e ao meu ver, não era passível de cicatrização, a menos com cirurgia estética reparadora.
A disponibilidade de avaliação em quadros pós operatórios são desafios aos médicos e dentistas em missões de curto prazo.
Problemática: até que ponto vale a pena intervir na medicalização desses indivíduos ? Qual a maneira mais apropriada de atingi-los através da prevenção ?
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