Entendo que vivemos em um momento de falsas convicções. Achamos que temos o domínio do tempo, do outro, das possibilidades e até de si mesmo enquanto ser ideal. Quando nada acontece, tendemos ao desespero, ao vazio, à plena consciência da falta de controle, à angústia do esperar.
A verdade é que a liberdade humana é condicionada a fatores existenciais. Muitas vezes, esquecemos das nossas limitações e custa render-se à elas. Essa necessidade de urgência diante de uma resposta ou do incontrolável, mostra o quão necessitados somos das certezas plenas, mostra a falta.
Na tentativa de ter poder, tende-se a aumentar a ansiedade, a compulsão, os rituais e "tocs" Em contrapartida, procuramos cura a médica para tais sintomas, sem antes compreender o seu fundamento. O que eu tenho tentado controlar? Quais situações ou fontes me levam a um lugar de comparação inatingível? Isso tem a ver com a minha própria história?
Gosto da ideia de Marcos Almeida e talvez de outros autores, que diz: "esperar é caminhar"; ou, "é na caminhada que se encontra o caminho." Se a resposta não veio, é porque ela não veio. O caminhar nos adverte do respiro, das possibilidades, do aqui-agora - que na realidade, é a única coisa que temos.
Diante do nada, eu tenho o tempo presente ao meu dispor. Como posso vivê-lo de maneira perene?
"Sinto, logo existo." Soren Kierkegaard
Lívia Longo | Psicóloga
CRP 06/168309
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