A páscoa devia ser tanto comemorativa como típica, apontando não somente para o livramento do Egito, mas, no futuro, para o maior livramento que Cristo cumpriria libertando Seu povo do cativeiro do pecado.
O cordeiro sacrifical representa "O Cordeiro de Deus", em que se acha nossa única esperança de Salvação (1 Cor 5.7). Não bastava que o cordeiro pascal fosse morto, seu sangue deveria ser aspergido nas ombreiras; assim os méritos de Cristo deveriam ser aplicados à alma. Devemos crer que Ele morreu não somente pelo mudo, mas que morreu por nós individualmente. Devemos tomar para nosso proveito a virtude do sacrifício expiatório.
O hissopo empregado na aspersão do sangue era símbolo da purificação, assim sendo usado para a purificação da lepra e dos que se achavam contaminados pelo contato com cadáveres (Sl 51.7).
O cordeiro devia ser preparado em seu todo, não lhe sendo quebrado nenhum osso; assim, osso algum seria quebrado do Cordeiro de Deus, que por nós deveria morrer (Êx 12.46; Jo 19.36). Assim também representava a inteireza do sacrifício de Cristo.
A carne devia ser comida. Não basta mesmo que creiamos em Cristo para o perdão dos nossos pecados; devemos pela fé estar recebendo constantemente força e nutrição espiritual dEle, mediante Sua Palavra (Jo 6.53,54 e 63). Jesus aceitou a lei de Seu Pai, levou a efeito em Sua vida os princípios da mesma, manifestou-lhe o espírito, e mostrou seu benéfico poder no coração (Jo 1.14). Os seguidores de Cristo devem ser participantes de Sua experiência. Devem receber e assimilar a Palavra de Deus de modo que esta se torne a força impulsora da vida e das ações. Pelo poder de Cristo devem ser transformados à Sua semelhança, e refletir os atributos divinos. devem comer carne e beber sangue do filho do Homem, ou não haverá vida neles. O espírito e a obra de Cristo devem tornar-se o Espírito e obra de seus discípulos.
O cordeiro devia ser comido com ervas amargosas, indicando isto, a amargura do cativeiro egípcio. Assim, quando nos alimentamos de Cristo, deve ser com contrição de coração, por causa de nossos pecados.
O uso dos pães asmos era também significativo. Era expressamente estipulado na lei da Páscoa, e de maneira igualmente estrita observado pelos judeus, em seu costume, que fermento algum se encontrasse em suas casas durante a festa. De modo semelhante, o fermento do pecado devia ser afastado de todos os que recebessem vida e nutrição de Cristo (1 Cor 5. 7 e 8).
WHITE E G. (1827-1915), 2007. Patriarcas e Profetas, pg. 192 e 193, CPB, Tatuí, São Paulo.
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